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O artigo de hoje é especialmente dedicado à TODA A HISTÓRIA de vida de Arthas Menethil até ele se tornar o Lich Rei.

Eu sei que é uma história gigantesca e eu gosto de detalhes, isso dá mais vida à trama e infelizmente não foi possível resumir, visto que perderia a identidade e qualidade da história.

A lore não foi escrita por mim. Eu reuni fragmentos importantes já contidos no WoWGirl que foram escritos pela maravilhosa LIANNE. E se vocês  tiverem interesse em conferir a Lore COMPLETA, basta clicar AQUI.

O meu aviso é: O artigo é dedicado aos curiosos e entusiastas de lore e que não tem tanta preguiça assim de ler textos longos (apesar de garantir que a leitura está incrível).

Mas se você só quer saber ordem cronológica e o mínimo dos acontecimentos, vou resumir um pouco abaixo:

  • Arthas Menethil, Filho de Terenas Menethil e Lianne Menethil. Foi um jovem com uma infância normal, sem grandes traumas.
  • Invencível (o cavalo de Arthas) nasce. Arthas tinha 9 anos.
  • Arthas conhece Jaina Proudmore durante uma reunião religiosa.
  • Arthas é treinado por Muradin Barbabronze (irmão de Magni Barbabronze).
  • Segunda parte do treinamento de Arthas é com Uther, o Arauto da Luz.
  • Invencível morre por uma estupidez de Arthas e ele se culpa e faz o seguinte juramento: qualquer coisa que precisar ser feita para que algo seja restabelecido/salvo, ELE O FARÁ.
  • Arthas e Jaina começam um relacionamento
  • Arthas rompe com Jaina durante a festa do véu de inverno após ela falar em casamento
  • Anos mais tarde uma praga assola o Reino ao Norte e Arthas é enviado para investigar junto de Jaina.
  • Arthas descobre a natureza da praga, que estava presente em grãos e que transforma os contaminados em zumbis.
  • Arthas e Jaina encontram Kel’thuzad (que estava a serviço do Dreadlord Mal’Ganis). Arthas e Jaina matam Kel’thuzad.
  • Os grãos contaminados com a praga são enviados às vilas e Jaina e Arthas vão atrás.
  • Arthas descobre que Mal’Ganis está por trás da praga e parte para Stratholme atrás dele.
  • Medivh aborda Arthas e diz que há um grande perigo pairando sobre as terras pestilentas orientais
  • Arthas, Jaina e Uther descobrem que Stratholme foi tomada pela praga.
  • Arthas decide matar todos os cidadãos de Stratholme para impedir que a praga se alastre. Uther e Jaina não concordam com a atitude do paladino e vão embora.
  • Arthas enfrenta Mal’Ganis até quase matá-lo, mas este escapa no último instante. E Arthas parte para Nortúndria em busca dele.
  • Chegando en Nortúndria Arthas encontra Muradin que estava atrás de um artefato mágico (Gélido Lamento/Frostmourne) e Arthas o ajuda a procurá-lo.
  • Ao encontrar Gélido Lamento, Arthas empunha a arma e Muradin morre.
  • Arthas encontra e derrota Mal’Ganis e volta para sua casa.
  • Ao retornar ao seu reino, Arthas já sendo controlado pelo Dark Lord (Lich Rei) da Gélido Lamento, assassina o próprio pai (Terenas Menethil).
  • Arthas vai até a fazenda onde o corpo do seu cavalo Invencível está enterrado e o ressuscita.
  • Arthas se torna um Cavaleiro da Morte.
  • Arthas vai em busca da urna necessária para levar o corpo de Kel’thuzad para ressuscitação e encontra Uther em posse da urna que continha as cinzas de seu pai. Na batalha contra Uther, Arthas o assassina, rouba a urna e revive Kel’thuzad.
  • Arthas continua recebendo ordens/orientações da voz em sua cabeça (Lich  Rei) e parte para Quel’thalas e encontra Sylvannas.
  • Arthas derrota a tropa de Sylvannas e a mata e a transforma numa Banshee.
  • O Grande objetivo agora é evocar Archimonde, o senhor da Legião Ardente (a quem o Lich Rei serve) e Arthas parte para Dalaran em busca do Grimório de Medivh para que Kel’thuzad o evoque.
  • Chegando em Dalaran Arthas encontra o Arquimago Antônidas e o assassina e recupera o Grimório de Medivh.
  • Archimonde é evocado e o Senhor da Legião Ardente dispensa os serviços do Lich Rei, deixando Arthas furioso.
  • Archimonde destrói Dalaran e Arthas começa a tramar contra ele.
  • Tichondrius (Dreadlord a serviço de Archimonde) possuia o crânio de Gul’dan que ele usava para corromper as florestas e Arthas convence Illidan a roubar este artefato.
  • Illidan rouba o artefato e mata o Tichondrius.
  • Ao voltar para Lordaeron, o plano final de Arthas dá  certo. A legião cai.
  • Illidan agora a serviço dos Kil’kaeden, possui o artefato do crânio de Gul’dan que o deixa muito poderoso e o seu objetivo é destruir o Trono de Gelo, enquanto o objetivo de Arthas é proteger o Trono de Gelo. Os dois entram em conflito.
  • Numa batalha quase mortal para Arthas, a Gélido Lamento lhe concede as últimas forças e ele deixa Illidan quase morto e em vez de dar o golpe final, o abandona no gelo para morrer no frio.
  • Arthas chega ao Trono de Gelo, já enfraquecido e cansado ele sobe as escadas até o topo do trono e ali ele encontra o elmo do Lich Rei.
  • Arthas coloca o Elmo. Agora ele se torna o Lich Rei.
  • Arthas, agora como Lich Rei, permanece dormindo por 5 anos, enquanto a praga assola Azeroth, e dia após dias o exército de mortos vivos aumenta. A guerra do Flagelo continua.
  • Horda e aliança se unem para ir até Nortúndria derrotar Arthas.
  • Arthas acorda e ressuscita Sindragosa (primeira consorte de Malygos).
  • O portão da Ira. Horda e Aliança se reúnem no portão da Citadela. Saurfang comandando a expedição da horda e Bolvar comandando a expedição da aliança.
  • Bolvar provoca Arthas que sai da citadela e lá eles sofrem uma emboscada ordenada por Sylvannas. Que conseguiu recuperar o seu corpo e agora virou a rainha dos condenados. O apotecário Putress atacou as tropas dos vivos e dos mortos no portão com galões de praga. Arthas percebendo o envolvimento da Rainha Banshee, volta pra dentro da Citadela.
  • Saurfang é morto e revivido para servir na  Citadela. Bolvar (pela petulância de provocar Arthas) é capturado e pendurado em cima do Trono do Lich Rei.
  • Aliança e Horda continuam investindo contra a Citadela. Antes de chegar à citadela, Jaina lidera a aliança e Sylvannas lidera a horda nos  Corredores Congelados (Frozen Halls). Arthas quase mata Jaina/Sylvannas.
  • Na Citadela da Coroa de Gelo encontramos os servos do Lich Rei, os quais devemos enfrentar até chegar de fato nele. E vocês podem conferir quem são completando o Modo História em Hearthstone.
  • Após a queda de Sindragosa, Lich Rei é a parada final para os soldados da aliança/horda. Neste momento nós não vencemos Arthas. Ele mata todos os heróis. Tirion que também acompanha os campeões de Azeroth, foi congelado por Arthas. Mas antes que Arthas possa ressuscitar todos os herois para servirem ao Flagelo, Tirion pede ajuda à luz, à crematória e investe contra Arthas. A crematória bate na Gélido Lamento e a quebra. Neste momento todas as almas aprisionadas à arma rúnica são libertadas, e assim, o Lich Rei é derrotado.
  • O flagelo não pode ficar sem rei. Sendo assim Bolvar (que já estava todo ferrado, queimado, torturado), toma para si a responsabilidade de ser o novo Lich Rei. Tirion deixa o local e assim encerramos a história por enquanto… uma hora esse Bolvar vai dar treta. Esperem só.

Arthas Menethil

O pequeno Arthas nasceu como segundo filho do rei do reino humano de Lordaeron, Terenas Menethil II e sua esposa Lianne Menethil, 4 anos antes da abertura do Portal Negro [Dark Portal]. A característica marcante de Arthas é a cor de seus olhos, azul-esverdeado constantemente citados no livro que carrega seu nome no título.

 

 

Aos 9 anos, Arthas e seu amigo Jarim, presenciaram o nascimento de um potro. E é aqui onde começamos oficialmente a saga de Arthas Menethil. Este potro se chamaria InvincibleInvencível, em português – e se tornaria o objeto de fixação de Arthas, talvez pelo resto da vida…

“Úmido, cinza, com as longas pernas entrelaçadas e olhos grandes, o potro olhou em volta, piscando à luz da lanterna fraca. Aqueles grandes olhos fixaram nos de Arthas.”

Você é lindo. – Arthas pensou, sua respiração parou por um momento, e ele percebeu que o muito falado ‘milagre da vida’ era realmente bastante milagroso.


–Arthas: Rise of the Lich King, capítulo 1

Após o nascimento de Invincible, Arthas estava todo sujo, mas antes de voltar ao castelo ele pensou em se jogar na neve e fingir que havia se sujado brincando. É nessa hora que ele ouve sons lá fora e finalmente Uther entra no estábulo.

Ele já ia achando que ia levar a maior bronca quando reparou que Uther usava armadura. Não era normal um guerreiro usar armadura fora de tempos de batalha. Na volta para casa, Uther explica que houve um ataque à Ventobravo [Stormwind] e a cidade não resistiu. Arthas estava chocado, perplexo, Ventobravo era uma cidade grande e maravilhosa. Ele pergunta a Uther como isso aconteceu. Uther apenas diz que eles já irão descobrir, uma caravana de sobreviventes estava a caminho da Cidade Capital [Capital City] neste exato momento, e entre eles estava o jovem príncipe Varian e o campeão de Ventobravo, Lorde Anduin Lothar.

Os dois meninos se encararam. A mente de Arthas era um branco total. O silêncio se prolongava desconfortável. Finalmente Arthas disse:

– Sinto muito pelo seu pai.

(…)
– Obrigado.

– Tenho certeza de que ele morreu lutando honrosamente e deu o melhor de si.

– Ele foi assassinado. – A voz de Varian era fraca e sem emoção. (…) – Uma amiga de confiança conseguiu com que eles se falassem sozinhos. E aí ela o matou. O apunhalou bem no coração. (…) – Eu odeio o inverno.

– Arthas: Rise of the Lich King, Capítulo 1.

É interessante citar que a neve caía lá fora. Por quê? Muitos eventos ruins na vida de Arthas vão acontecer na neve, mas eu não vou dar spoiler aqui, vocês verão…. Se tiverem paciência de ler isto tudo!

Sua familia e convidados estão ouvindo um sermão de um sacerdote da Luz. Ele reconhecia alguns: sua família, Uther, Muradin, o embaixador de Alta Forja, o rei Matatroll [Trollbane] e uma menina magra e loira, sentada de costas para ele. Obviamente ela deveria ser uma nobre porque estava entre a familia dele. Curioso e desastrado ele dá um encontrão com um banco e chama a atenção de alguns… Sua mãe olha para ele como se ele tivesse derrubado a prataria de casamento caríssima, Calia – com 14 anos – só olha feio, Terenas anui e ninguém mais parece perceber que ele está lá.

Muradin Barbabronze é irmão de Magni Barbabronze e Brann

As bênçãos foram dadas eventualmente e Arthas descobre que a menina é na verdade Lady Jaina Proudmoore, filha do Lorde de Kul Tiras,  um ano mais nova que ele e a caminho de Dalaran onde ela estudaria para se tornar uma maga.

Durante um acampamento, onde Jaina, soldados e Arthas estão à caminho de Dalaran, Arthas vai até a tenda de Jaina. Ela acorda em silêncio e calma. Ele… “Tá afim de sair em uma aventura?”, Ela…  “Que tipo de aventura?”, Ele… “Confia em mim.” – Eles são crianças, não vão pensar besteira… – “Ok”, ela disse. E Assim nasce uma amizade colorida entre Jaina e Arthas.

Ao chegar em Dalaran. Jaina está muito feliz por estar lá, mas a beleza da cidade dos Magi e sua ostentação deixavam Arthas um pouco desconfortável, ele estava muito feliz por ela, mas ele não se sentia bem vindo ali.

 Me disseram que forasteiros não são bem vindos. – Ela disse. – Eu acho que é uma pena. Seria muito legal ver você de novo.
Ela corou, e por um momento, Arthas esqueceu a cidade intimidadora, e concordou do fundo do coração que seria muito bom ver Lady Jaina Proudmoore novamente. Muito legal mesmo.

O treinamento com Muradin continua e Arthas vai melhorando sua técnica. Muradin era definitivamente uma pessoa com a qual Arthas se importava.

A Queda do Invencível

Eis que chega aquela época do ano quando o outono se despede e a brisa gelada começa a passear por entre as florestas de Lordaeron. O treinamento de Muradin finalmente estava completo e Arthas agora treinava com Uther. Mais alguns meses e ele faria 19 anos, e estaria pronto para integrar a ilustre Ordem do Punho de Prata.

Os conceitos passados por Muradin eram bem diferentes do que Uther agora o ensinava. Enquanto os guerreiros se utilizavam de qualquer artifício para ganhar, os paladinos tinham todo um ritual, muito mais focados nas atitudes dos combatentes do que na técnica do mesmo com a espada. Arthas julgava ambos os métodos válidos, mas ele não sabia se poderia aplicar as coisas que ele aprendera em batalha.

 Guerreiros geralmente são mais agressivos e paladino midrange/controle. Eu disse GERALMENTE e não excepcionalmente. Temos aí um pouco do embasamento do porquê algumas classes no HS possuem um arquétipo principal

Arthas desceu para os estábulos e pegou seu amigo “invencível” para dar uma volta. Estava frio, mas logo eles cavalgavam pelos campos brancos de neve próximos à Cidade Capital. Depois Arthas levaria Invencível para um estábulo quente e ele tomaria seu chá quentinho e gostoso.

Mas o frio deixou o rosto de Arthas meio adormecido, e com a velocidade que estavam, só piorava. Eles se prepararam para pular, Arthas segurou forte as rédeas de Invencível e logo eles estavam no ar, não pulando. Arthas sentia como se eles voassem. Só que eles não voavam. A queda foi muito pior do que se podia imaginar, no ultimo momento, os cascos de Invincible deslizaram no gelo. O cavalo derrapou. Quando Arthas deu por si, sua garganta estava seca de tanto que gritava. Não havia nada que ele pudesse fazer agora.

Um som, ele caiu no chão. Ele não conseguia se mover quando ele voltou a consciência. Onde estava Invincible? A neve havia ficado muito mais grossa e o jovem príncipe não conseguia ver nem 5 palmos à sua frente.

Quando ele encontrou o cavalo, ele estava sofrendo e ensanguentado. Suas patas dianteiras estavam todas quebradas. Arthas sentiu enjôo e vontade de vomitar, e o cavalo não conseguia se levantar mais. Ele gritou por ajuda, e o cavalo gritava de dor. Arthas chorava, não havia o que fazer. Ele não sabia manipular a Luz para curar.

Arthas nunca soube por quanto tempo ele ficou ao lado do cavalo, esperando para fazer o que ele sabia que tinha que ser feito. Ele chorava incontrolavelmente até reunir coragem.

Ele pediu desculpas. O cavalo já estava sofrendo em silêncio até lá. Arthas retirou a espada da bainha e a enterrou em seu amado animal, seu amigo.

Arthas nunca se perdoou por isso.

Dado à esse acontecimento, Arthas se faz uma promessa que ele leva MUITO a sério e por nunca mais querer se frustrar ao salvar algo/alguém ele se convence de que qualquer coisa que precisar ser feita para que algo seja reestabelecido, ELE O FARÁ.

Considerações 

Bom, como podemos ver, Arthas foi uma criança bastante normal, psicologicamente falando. Ele buscava a aprovação do pai – isso vai se tornando pior com o passar do tempo – tal como as suas inseguranças – começou a treinar tarde, ter que se preocupar com casamento, audições, o peso da coroa. Essas coisas vão atordoar Arthas mais tarde…

E a perda do cavalo não ajudou em nada. Muito pelo contrário, essa culpa que Arthas sente em relação a não poder curar o cavalo e o sacrifício que ele teve de fazer vão assombrá-lo pelo resto da vida. Esse voto… vocês o verão novamente em Stratholme, Arthas vai decaindo conforme ele vê seu povo à mercê da praga…

Mas no fundo, ele era uma pessoa boa. A vontade de ver o sorriso de Jaina, o laço que ele cria com Muradin…

Arthas se inicia na ordem dos paladinos aos 19 anos

Arthas escolheu Dalaran como seu destino. Seus argumentos para ir para a bela cidade dos Magi eram de que lá era o melhor lugar para se aprender sobre política, história e demais coisas que ele deveria saber como rei. (mentira, ele sabia que Jaina estava lá e era isso que ele buscava).

Rei Terenas e o arquimago e líder de Kirin Tor, Antonidas, concordaram com o rapaz e lhe foi concedida uma permissão para uma temporada de estudos em Dalaran.

 Um par de mãos cobriu seus olhos.
Ela se assustou, mas pela mera surpresa – ninguém que era uma ameaça conseguiria passar pelas barreiras poderosas colocadas em volta da cidade mágica.
– Adivinha quem é? – uma voz masculina sussurrou, segurando tons perceptíveis de alegria. Jaina, com seus olhos cobertos, pensou por um momento, sorrindo.
– Hm… Suas mãos são calejadas, então você não é um mago. – ela disse – Você cheira a cavalos e couro… – Suas mãos tocaram levemente sobre os dedos, tocando um anel enorme. Ela sentiu o emblema encravado no anel, a forma – o selo de Lordaeron.
– Arthas!

Numa tarde, Jaina está lendo um livro sobre a natureza do teletransporte quando Arthas surge com a ideia de um piquenique. Que ela estudava demais e que deveria relaxar um pouco. Antes mesmo de saber se ela iria concordar com a ideia, Arthas já havia preparado tudo, inclusive as celas dos cavalos que usariam. Ela sorri, comentando que ele daria um ótimo rei – era impossível negar qualquer coisa que Arthas pedisse com um sorriso.

Eles cavalgam pelos terrenos fora de Dalaran – Arthas sempre se lembrando de que seu cavalo não é Invincible. Jaina adormece sob a sombra de uma árvore enquanto lê um livro. Quando ela acorda, não encontra Arthas em lugar algum. De repente ela leva uma bola de neve na nuca. Reclamando da injustiça, Arthas, que havia cavalgado até as montanhas próximas para recolher neve para as bolinhas, rola algumas para ela jogar nele. Minutos depois, eles estavam abraçados.

Eu sabia disso todos esses anos. – Ele disse.
– S-s-sabia o que? – Jaina havia sido acertada com tantas bolas de neve que, mesmo nesse final de verão, estava com frio. Arthas a sentiu tremer a apertou entre seus braços com mais força. Jaina sabia que ela deveria se afastar; um abraço espontâneo e amigável era uma coisa mas ficar abraçados era outra. (…)
– No dia em que te vi, eu pensei que essa seria a garota com quem eu poderia me divertir. Alguém que não ligaria de nadar num dia quente, ou… – ele se afastou um pouco, tirando alguns pedacinhos de neve do rosto dela – ou tomar uma bola de neve na cara. Eu não te machuquei, machuquei?

O beijo foi gentil e doce – o primeiro que Jaina conhecera – e logo ela percebeu que era esse o rapaz que ela queria pelo resto da vida. Ele havia visto como ela era e não como ela se apresentava para o mundo. Ambos estavam felizes, mas resolveram manter o relacionamento em segredo. Arthas decorou os horários das aulas dela para que eles acidentalmente se encontrassem nos corredores, ambos trocavam olhares e sorrisos discretos em jantares formais. Arthas adorava o risco de serem pegos… Até que um dia eles foram, por ninguém menos que um instrutor e príncipe de Quel’thalas – Kael’thas Andassol [Sunstrider] (Não vou entrar na história do Kael aqui, para quem quiser acompanhar essa parte, clique aqui para ler).

O tempo passou e Arthas retornou a Lordaeron e para seu treinamento com Uther. Era inverno e, tal como Varian, Arthas odiava o inverno – ele sempre acabava pensando em Invincible – e como o acidente o tirara dele (claro, porque a culpa não foi sua,né, Arthas?). Seu pai e o senhor de Kul Tiras, Daelin Proudmoore haviam conversado e Arthas tinha oficialmente permissão para cortejar Jaina, embora não houvesse nenhum anúncio publico do fato. E isso foi um dos motivos para Terenas e Uther enviá-lo cada vez mais para missões diplomáticas. Terenas estava ficando velho demais para cavalgar e Uther estava se retirando para atividades espirituais mais focadas, unindo o útil ao agradável. O futuro Rei de Lordaeron acompanhava mensageiros da Cidade Capital para Dalaran com frequência. Arthas e Jaina combinavam os feriados para se verem. Ele ficaria em Dalaran para o Festival do Fogo do Solstício (Midsummer Festival) – quando os estudantes de Dalaran tinham mais atividades escolares – e ela iria visitá-lo em Lordaeron para a Noturnália (Hallow’s End).

O relacionamento ficava cada vez mais sério, e Arthas só entendeu isso quando eles passaram para um próximo nível. Ela perguntou se ele estava pronto para isso, para esse próximo passo. E ele disse que estava se ela estivesse… Ele pôde ver a expressão de preocupação no rosto dela – “Eu vou fazer com que tudo o que te preocupa ir embora” – ele jurou e depois bateu uma insegurança. Ele a fez prometer que ela nunca o negaria. E assim ela o fez.

A neve caía lá fora calmamente, Arthas observava enquanto seus campos ficavam cobertos por uma crosta fofa branca. Ele sentiu uma mão macia tocar seu braço, e Jaina estava ao seu lado, e ele paralisado pela beleza da dama. Ela parecia uma dama de gelo que respirava e sorria. Ele alcançou um de seus cachos loiros.

Você parece .. uma vela branca. – Ele disse – Toda branca e dourada.
Ela sorriu – Sim – Ela riu e roçou uma mecha do cabelo dele. – As crianças com certeza serão loiras.
Ele gelou.
– Jaina … Você esta…
-Não, ainda não. – Ela riu – Mas não existe motivos para pensar que não poderemos ter filhos.

A mente de Arthas viajou para um futuro onde ele era rei, estava feliz e casado com ela, os filhos no palácio, seus pais já falecidos. Parte dele queria aquilo desesperadamente… mas … E se…? E se ele não fosse um bom pai, e se ele não fosse um bom marido, um bom rei. Ele amava tanto aquilo que ele tinha medo de arruinar tudo.

Do nada ele fala que não está pronto. Jaina aperta a mão dele e fala que tudo bem, eles não precisam ter filhos logo de cara, mas ele a solta e ela vai ficando cada vez mais confusa. Ele começa a dizer que ambos são muito jovens, que ela tem uma carreira pela frente, e muitos estudos e que ele tem atrapalhado e que ele tem os problemas de Lordaeron para resolver e ele tem o treinamento com Uther para concluir. Ele começou a tremer por dentro – ela não falava, ela só olhava para ele, em choque – foi quando ele entendeu o que ela estava perguntando naquele Hallow’s End, se ele estava pronto pra isso. Ele se sentiu culpado, ele achou que estava pronto, ele realmente achou que estava.

O resto da noite foi horrível. Jaina conseguiu fingir bem e eles conseguiram superar aquele baile, mesmo com Terenas olhando feio para Arthas sempre que tinha oportunidade. E o príncipe de Lordaeron ficava tentando se convencer de que tudo iria ficar bem enquanto se perguntava porque tudo de ruim acontecia no inverno.

Terenas Menethil – Lendas de Azeroth

A Praga

Antonidas recebeu a visita de um “profeta misterioso” que nós sabemos que era Medivh, e ele avisava sobre o fim da humanidade e alertava sobre algo a ser feito, mas Antônidas não deu ouvidos ao profeta. Uma informação adicional: 5 anos antes, o mago louco Kel’thuzad fora expulso da ordem dos magos de Kirin Tor e banido, e outra, uma nova praga apareceu em terras humanas. Antônidas achava o profeta apenas mais um eremita louco que levou toda essa praga muito a sério.

Uma parte da história que não vou entrar em detalhes aqui, é a de que Arthas não gosta de Orcs e nutre principalmente um certo receio/raiva contra Thrall, um orc com habilidades de luta dos humanos (pois foi treinado por um e aprendeu a ler e a escrever – spoiler do final do  filme Warcraft) e que ele temia que no futuro, viesse a dar problemas.

Lembre-se, Arthas. – ele disse, sua voz calma – Nós somos paladinos. Vingança não pode ser parte do nosso dever. Se nós permitirmos que nossas paixões se tornem sede de sangue, então nós nos tornaremos tão vis quanto os orcs. As palavras penetraram a raiva, de certa forma.

Arthas rangeu os dentes, observando enquanto os cavalos assustados, e seus cavaleiros assassinados, eram tirados de sua frente. As palavras de Uther eram sabedoria, mas Arthas sentiu que ele falhou com os homens que estavam naqueles cavalos. Falhou com eles, assim como ele havia falhado com Invincible, e agora eles estavam tão mortos quanto aquele grande animal.

Ele deu um último suspiro, profundo e que o equilibrasse.

– Sim, Uther. 

Meu filho, no dia em que você nasceu, as próprias florestas de Lordaeron sussurraram o nome Arthas.
Minha criança, eu vi com orgulho você crescer como uma arma de Justiça.
Lembre-se, nossa linhagem sempre reinou com sabedoria e força. E eu sei que você vai mostrar contenção quando exercer seu imenso poder.
Mas a mais verdadeira das vitórias, meu filho, desperta dos corações de nosso povo.
Eu te digo isso, pois quando meus dias chegarem ao fim, você será Rei.

Uma praga assola o norte do Reino e Arthas é enviado pelo seu pai para investigar.  Para dar suporte à investigação, o líder de Kirin Tor e Senhor de Dalaran, Antonidas, enviou sua melhor aprendiz, Jaina Proudmoore. Ambos Arthas e Jaina sabiam que para uma agente de Kirin Tor do calão de Jaina estivesse envolvida, a praga deveria ter natureza mágica.

A Praga

Depois de anos sem se verem, e ter passado a ansiedade do primeiro momento, eles começaram a conversar. Arthas sugere que os Orcs tenham a ver com isso – alguns escaparam das reservas de Orcs insituídas em Lordaeron com ajuda de Thrall – e ele fala sobre a adoração de demônios por parte daqueles que conseguiram escapar. Jaina não acredita que os Orcs tenham voltado para seus antigos mestres – mas ficou quieta, e Arthas a observava enquanto ele pensava – “Light, but she was beautiful.”  – Ele continuou, e foi lembrando do acampamento onde encontrou 3 sacrifícios humanos num altar Orc que ele e Uther invadiram, e dos mensageiros assassinados nos cavalos que ele havia enviado para estabelecer contato com os orcs. Um toque foi o suficiente para trazê-lo de volta ao presente, e por hábito, ele cobriu a mão de Jaina com a sua própria. Dessa vez, ela tentou puxar a mão de volta, Arthas podia ver uma tensão no sorriso dela.

É muito, muito bom, poder te ver de novo. – Ele falou num impulso.
O sorriso dela suavizou,  e se tornou genuíno, ela apertou o braço dele.
– Você também, alteza. Aliás, obrigada por impedir seus homens na hora que eu cheguei. –  o sorriso se abriu mais – Eu já te disse antes, eu não sou uma figurinha frágil.
Ele riu. – De fato não é, minha dama. você lutará ao nosso lado nestas batalhas.
Ela suspirou. – Eu rezo para que não tenha luta, apenas investigação. Mas eu farei o que for preciso, como eu sempre o fiz.
Ela tirou a mão. Arthas escondeu seu desapontamento.  – Como todos nós, milady.
– Ah, para com isso. Me chame de Jaina.
– E me chame de Arthas. Prazer em conhecê-la.
E então ela o empurrou e eles riram, e de repente uma barreira a menos estava entre eles. 

Durante a noite, Jaina conjurou comida para os soldados e eles discutiram sobre como lidariam com a praga se ela tivesse natureza demoníaca. Durante a noite, Arthas não conseguia dormir. ele se levantou e invadiu a cabana onde Jaina adormecia.

– Jaina. – ele sussurrou. – Acorda.

Como há muitos anos atrás, ela acordou em silêncio e sem medo, olhando-o com curiosidade.

Ele sorriu. –  Você topa uma aventura?

Ela inclinou a cabeça, sorrindo, as memórias obviamente voltavam para ela também. – Que tipo de aventura? – ela contrapôs.

– Confie em mim.

-Eu sempre confiei.

 

– Arthas: Rise of the Lich King

Na manhã seguinte, Arthas e seu grupo encontraram uma fazenda cujo portão havia sido esmagado, ninguém havia saído para cumprimentar o príncipe e seus soldados. Eles andaram pela propriedade e o fedor se tornava insuportável. De repente uma coisa apareceu. Uma espécie de zumbi carregava um forcado, seu esqueleto aparecia parcialmente e sua pele estava podre. Eles deram um jeito naquilo que um dia fora um fazendeiro. E Arthas pediu para que Jaina jogasse fogo em tudo. Foi quando eles entenderam que aquilo ia além de suas imaginações. Necromantes estariam envolvidos. Necromantes eram magos malignos que distorciam a ordem natural das coisas e comandavam os mortos.

Jaina estava esgotada, Arthas estava furioso e tudo no que ele pensava era como seu povo estava morrendo e como ele faria para impedir que isso se tornasse pior.

Kel’thuzad era um mago expulso da ordem de Kirin Tor anos atrás, por se dedicar à magia negra. O necromante reconheceu a jovem aprendiz de Antonidas – ela estava presente quando o Conselho foi repreendê-lo pela última vez – e ressaltou que sua pesquisa havia melhorado muito desde aquela época. Kel’thuzad mencionou que servia ao dreadlord Mal’ganis e os planos do Flagelo [Scourge] de ‘limparem’ esta terra dos vivos. Arthas e Jaina mataram Kel’thuzad, mas os planos do necromante já estavam em andamento e os grãos contaminados com sua praga já estavam a caminho das vilas e cidades de Lordaeron. O casal cavalgou sozinho planejando chegar a Amparo (Hearthglen) o mais rápido o possível.

Chegando a Amparo (Heartglen), Arthas conseguiu mais soldados e mandou Jaina atrás de Uther com as notícias da praga. Depois que Jaina se foi, Arthas e Falric se depararam com as pessoas que já haviam consumido o pão. A praga não apenas as matava, mas as tornava em mortas-vivas. O jovem príncipe lutou contra os mortos até Uther e seus paladinos chegarem. Jaina não estava em condições de continuar viajando, mas ela insistiu em voltar ao lado de Arthas mesmo assim. Arthas havia descoberto onde estava Mal’ganis e ele gostaria de ver o Dreadlord pagando pelo que fez ao seu povo. Sem pensar, Arthas parte sozinho para Stratholme. Uther diz a Jaina que Arthas está sentindo o peso da coroa pela primeira vez, e que ela não deveria se preocupar. Mas ela acha que tem algo além disso e parte atrás de Arthas, invisível, para dar espaço para ele pensar um pouco antes de agir – antes de fazer qualquer besteira.

Medivh aborda Arthas na estrada. O profeta em forma de corvo se revela em sua forma humana para o jovem príncipe e diz sobre o perigo iminente que paira sobre estas terras. Arthas se recusa a ouvi-lo e diz que seu lugar é ali, com seu povo. Jaina estava invisível e ouviu a conversa toda. Depois que o profeta vai embora, ela se revela, enfurecendo Arthas por ter ficado invisível por tanto tempo, ‘espionando-o’, ele é rude com ela, mas logo se arrepende. Ela não está em condições físicas para continuar lutando, ele já havia exigido muito dela, e mesmo assim ela ainda estava lá ao seu lado, era a única que o conhecia e que lhe dava suporte. Ele estava desolado com toda a situação, e ela estava ali, sentada ao seu lado. De repente era tudo o que ele precisava, da presença e do suporte dela. Passaram a noite juntos, esquecendo a praga, os mortos vivos, as aberrações, profetas e escolhas, e por umas horas o mundo ficou pequeno, grande o suficiente apenas para os dois.

O Expurgo de Stratholme

Cena em português da Instância “Expurgo de Stratholme”, créditos pela gravação: Paulo Haga

Arthas e Uther discutem sobre o próximo passo em como lidar com a praga, Arthas e Jaina sabem que a praga torna os vivos em mortos-vivos, mas não sabem se há algum modo de parar ou curar o processo. Jaina sugere que eles coloquem Stratholme em quarentena e que eles estudem a natureza da praga. Arthas diz que não há tempo e que é melhor que essas pessoas morram como humanos do que como lacaios de Mal’ganis e do tal “Flagelo” [Scourge] (acredite, eu não me acostumo com esses nomes em português), Jaina concorda que se fosse com ela, ela preferiria morrer como humana, mas eles não podem fazer esta escolha por todos os habitantes de Stratholme. Arthas decide que a cidade deve ser expurgada. Ela não acredita no que ouve e Uther discute com Arthas. Arthas o destitui do comando e o manda embora. Jaina não acredita no que está acontecendo e muito menos no que seu amado pretende fazer, exausta e com náuseas, ela decide que não quer e não pode vê-lo cometer tal atrocidade e se vai com Uther. Arthas, decepcionado e enfurecido, invade a cidade que era a sede da Ordem do Punho de Prata.

Ele assassina seus habitantes, e combate os mortos vivos até chegar ao Distrito do Cruzado. Lá, Arthas enfrenta Mal’ganis, que escapa no último momento.

O jovem príncipe, que já não estava muito mentalmente saudável, decide que caçará Mal’ganis até os confins do mundo. Mal’ganis o convida à caçá-lo em Nortúndria – um local onde ele era mais forte – com o argumento de perseguir seu destino. O estado mental de Arthas é instável.

Arthas retorna para reunir tropas e conseguir um barco que os levasse à Nortúndria [Northrend]. E se encontra com Jaina pela última vez antes da masmorra conhecida como Salões da Reflexão [Halls of Reflection]. Ele a convida para ir com ele à Nortúndria, caçar Mal’ganis e seus demônios.

Jaina, eu te peço novamente, venha comigo. – sua voz era intensa, mas estava claro que sua mente estava há quilômetros de distância. – Ele escapou de mim. Eu salvei os habitantes da cidade de virarem seus escravos, mas… no último momento, ele fugiu. Ele está em Nortúndria. Venha comigo.

Jaina não sabia o que fazer senão pedir para que ele não caísse na armadilha de Mal’ganis. Ela observava o homem que havia amado – e que a Luz a perdoe, ela ainda o amava – e que havia cometido tamanha monstruosidade em Stratholme.

Um dia e meio depois desta conversa, Jaina andava pelas ruas queimadas, sujas e fedorentas do que sobrou do que fora uma bela cidade um dia. Uther a encontra ali, tentando reconfortá-la, dizendo que ela não teve nada a ver com essa atrocidade. Mas essa não era a unica coisa que a deixava mal. Ela havia virado as costas para Arthas – ela prometeu que nunca o negaria – e ele nunca a perdoaria por isso, apesar de ela estar fazendo a coisa certa. Ele seguiu outro rumo, um caminho muito mais perverso e turvo. Uther pergunta à ela se ela sabe onde Arthas está.

Nortúndria… Arthas foi à Nortúndria caçar Mal’ganis.

Seu jovem príncipe só encontrará morte no norte gélido.” Cena do Machinima “The Culling of Stratholme: Retaliation”

Uther se vai e o profeta aparece novamente, mas dessa vez, a súplica de ajuda é para ela. Jaina tinha 23 anos quando liderou o povo de Lordaeron através dos oceanos, para Kalimdor, lutar contra a Legião e escapar da praga, fundando Theramore. Arthas aqui tem 24 anos, eles tem apenas 1 ano de diferença em idade. Só para localizar quem tiver interesse na linha temporal.

O Machinima foi criado pela Cape & Deathmatic Productions

Chegando em Nortúndria

Arthas chega em Nortúndria [Northrend] afim de caçar o demônio que havia transformado sua vida e seu reino num inferno. Lá ele encontra com uma expedição da Liga dos Exploradores comandada por ninguém menos que Muradin Barbabronze. Muradin fora embaixador de Altaforja na Cidade Capital e treinou Arthas em combate corpo a corpo quando mais jovem. Os anões estão atrás de um artefato que atende pelo nome de Gélido Lamento [Frostmourne], uma espada rúnica de grande poder. 

 

Arthas continua sua caça à Mal’ganis, porém um enviado de Lordaeron chega com ordens de seu pai, Rei Terenas, para a retirada imediata das tropas do continente gelado, e para ele voltar pra casa junto de seus homens. Encolerado, Arthas coloca fogo nos navios e culpa os mercenários que havia contratado pela traição.

Muradin já não o reconhece mais… E Arthas começa a achar que suas esperanças e sua vitória dependem… de Gélido Lamento [Frostmourne]…

Quest em World of Warcraft permite que jogador reviva a cena onde Arthas clama Gélido Lamento para si

O anão não mediu as palavras.
-Você mentiu pros teus homens e traiu os mercenários que lutaram por ti! – Muradin disse bruscamente, levantando seu rosto para Arthas o melhor que podia com sua altura. – Esse não é o rapaz que eu treinei. Esse não é o homem que foi introduzido na Ordem do Punho de Prata. Esse não é o menino do Rei Terenas.
– Eu não sou menino de ninguém. – Arthas retrucou, empurrando Muradin para fora de seu caminho. – Eu fiz o que achei necessário.
Ele meio que esperou que Muradin o batesse, mas ao invéz disso, a raiva do velho treinador parecia passar.
– O que está acontecendo com você, Arthas? – Muradin disse, sua voz segurando um tom de dor e confusão. – Vingança é tão importante assim pra você?

– Arthas: Rise of the Lich King. Capítulo 15.

Muradin observava Arthas, seu coração se despedaçou. Aquele homem… ele fora mentor daquele homem, ele o ensinou a lutar para ser um bom guerreiro, para ser um bom rei, ele o ensinou que lutas ele deveria lutar e que armas ele deveria usar…

Mas Arthas não era mais aquele homem… ele era uma sombra, mas Muradin insistia que não valia a pena, que eles deveriam lutar com outras armas, não aquela.

Arthas acreditava na Luz, ele havia visto seu poder, havia sentido-o e usado-o. Ele acreditava em fantasmas e em mortos-vivos, pois já havia visto-os também. Mas até este momento ele havia zombado da ideia de poderes maiores e invisíveis, de espíritos de lugares ou coisas do tipo.

Até agora…

Ele convocou os espíritos daquele lugar, bons ou ruins ou ambos ou nenhum, ele se declarou pronto. Ele daria qualquer coisa, ou pagaria qualquer preço… se eles ajudassem-no a salvar seu povo.

Mas o gelo que envolvia a espada rúnica começou a se quebrar. Ele se afastou, sem tirar os olhos da cena que estava a sua frente. O gelo estourou. Ele ouviu um grito.

Muradin

Arthas gritou pelo amigo, e ele se virou. O príncipe correu até o anão, e o segurou. Culpa o rasgava por dentro. Ele chamou pela Luz, para que ele pudesse curar Muradin, que esse não fosse o preço a pagar, ele não poderia pagar com a vida de Muradin… Ele abaixou a cabeça, sentindo as lágrimas subindo aos seus olhos… E ele sentiu a Luz chegar até ele e um alívio. A Luz não havia abandonado-o. Ele poderia curar Muradin e juntos eles voltariam pra casa.

Mas algo o distraiu. Algo o chamou, algo no fundo de sua mente. Ele se virou e viu Gélido Lamento [Frostmourne]. A Luz não brilhava mais em sua mão. Era aquele caminho que ele devia seguir. Muradin fora uma casualidade desta terrível guerra. Ele havia morrido para que Arthas pudesse viver, para que Arthas pudesse empunhar a espada rúnica e destruir Mal’ganis.

E então ele a empunhou, e ela se tornou parte dele, tanto quanto sua mente, sua alma, revelando segredos aos seus ouvidos…

Para o Rei Magni Barbabronze, Lorde de Altaforja,

É minha triste obrigação de trazer à você uma notícia muito cruel. Estou certo de que sabes da missão de Muradin aqui em Nortúndria de atacar o Flagelo e descobrir artefatos úteis. Batalhamos juntos contra o Flagelo, e mesmo que eu tenha sobrevivido, Muradin pereceu perante os mortos vivos e demônios. Eu sofro pela perda  de meu bravo amigo e de seu irmão valente. Mas saiba que sua morte heróica não foi em vão, pois sua vida assegurou minha vitória contra os lacaios do Lich Rei – e a recuperação da espada antiga conhecida como Gélido Lamento. Eu retornarei à Lordaeron em breve. Com Gélido Lamento em mãos, eu venho reestabelecer a ordem e começar uma nova e brilhante era. Os restos das forças de Muradin levarão seu corpo de volta à Altaforja. Você não imagina o quanto lamento pela perda. Eu sei que esta carta oferece pouco consolo, mas eu senti que você deveria saber da morte de Muradin o mais rápido o possível. Você perdeu um irmão, e eu perdi um amigo valioso.

Que a Luz preserve nossas vidas,

— Príncipe Arthas Menethil”
Carta à Magni Barbabronze[Bronzebeard], enviada mais tarde por Arthas

Arthas vai ao encontro de Mal’Ganis. 

O Demônio reconhecia a espada e sabia o preço que Arthas havia pagado por ela. Ele também sabia de quem era a voz que agora sussurrava nos ouvidos de Arthas.

Ao saber que a voz de Gélido Lamento também era a voz do Lorde de Mal’ganis, o sangue de Arthas se drenou de seu rosto. Seria tudo um truque para deixá-lo distraído e acertá-lo com um gole final?

Mal’ganis sorriu e perguntou o que o Dark Lord estava falando para o humano. Arthas se colocou em posição de ataque.

Ele me diz que a hora da minha vingança chegou.

A  batalha voraz acabou com vitória do jovem príncipe. O sangue negro de Mal’ganis formou um arco sobre a neve. Arthas limpou a lâmina e lembrou de Muradin lendo as inscrições em Kalimag na gruta.

A espada era parte dele agora, e ela sussurrava que havia mais, havia muito mais… E o inverno lhe ensinaria.

O Peso da Coroa (Arthas assassina o próprio pai)

A traição de Arthas – Warcraft III, legendado por Kurgan/Pastormaxx em 2008

Arthas se levantou e subiu as escadas. Ele segurou o pai pelo braço. Um sussurro em sua mente, a voz não pertencia à Gélido Lamento, mas sim a um príncipe de cabelos escuros, vinda de uma memória distante de uma outra vida… (memória da conversa de Arthas com Varian, durante a infância).

Ele foi assassinado. Uma amiga confiável… Ela o matou. Ela o apunhalou bem no coração.

Seu novo mestre já havia tirado o peso da coroa de sua cabeça, o peso da responsabilidade do reino de seus ombros, e Gélido Lamento estava com fome…

A lâmina perfurou o corpo do velho rei, que serviu de apoio para o pé de Arthas retirar a espada do cadáver. A coroa caiu de sua cabeça e rolou ensanguentada pelo chão. Os guardas da sala real então atacaram o príncipe pela traição, mas Arthas os matou também.

Nenhum cavalo o carregaria mais; eles ficavam aterrorizados com o cheiro dele e de seus seguidores. E então ele caminhou de volta de onde ele veio, seus capitães, Falric e Marwyn, tão pálidos quanto seu antigo príncipe, o seguiram até onde Arthas não ia fazia tempo.

Arthas chegou à fazenda. Os corpos de quem vivia ali estavam atirados no chão, as ervas daninhas e as flores cresciam sem cuidado ou atenção. Arthas se abaixou para pegar uma das flores, e se lembrando da pétala, hesitou.

Arthas empunhou Gélido Lamento e seguiu para seu verdadeiro motivo de estar ali. Ele parou diante do túmulo.

“Levante-se.” … Invincible.

Arthas trouxe o seu amado cavalo de volta do mundo dos mortos com a ajuda da magia necromântica de seu novo e misterioso mestre, o Lich Rei.

A música mais linda do Universo Warcraft

O Cavaleiro da Morte

Neste momento Arthas não era mais um paladino, havia se tornado um Cavaleiro da Morte e era governado pelo Lich Rei.

Uther x Arthas

Em uma fração de segundo, Gélido Lamento estava em sua mão. Ele não sabia como, não entendia, e não importava na verdade. A voz sussurrava em sua cabeça:

Toda Luz tem sua Sombra – todo dia tem sua noite – e até a vela que brilha mais forte pode ser apagada.

 

Quando Uther levantou o martelo para dar o golpe de misericórdia, Arthas desviou. Uther era grande, forte, e o martelo de duas mãos que ele empunhava, apesar de forte e abençoado, era lento. O estilo de luta de Uther era lento. Gélido Lamento, por outro lado, conseguia quase lutar sozinha. Arthas agiu com velocidade e logo eles estavam duelando novamente em pé.

Os ataques da lâmina rúnica eram contínuos e eventualmente Uther caiu de joelhos. O sangue escorria pelo seu braço. A ultima fala de Uther é motivo para muitas pessoas que discutem em fóruns de Lore afirmarem que existe um inferno na religião da Luz:

 Eu espero sinceramente que haja um lugar especial esperando por você no inferno, Arthas.

 

Sylvannas Correventos

Em sua viagem para Quel’Thalas Arthas ouve um grito diante dele.

Você não é bem vindo aqui

 

Era a voz da General Patrulheira Sylvanas Correventos [Sylvanas Windrunner]. Ela reparara no animal e nos necromantes que seguiam Arthas. Ela o mandou voltar de onde veio. Ele sorriu e rebateu que ela que deveria voltar, pois a própria morte havia chegado às terras de Quel’thalas. Os olhos azuis de Sylvanas se estreitaram em ódio.

Faça seu pior – Sylvanas Windrunner  

  

Arthas ordena ataque às tropas de Sylvannas e conforme o massacre acontecia, maior ficava o exército de Arthas, pois ele os reerguia dos mortos.



 Você não entendeu? Os mortos estão marchando em nossa direção! Eles não se cansam, eles não diminuem seu ritmo, eles pegam os nossos que já caíram e adicionam eles ao seu exército!
Nós os atrasamos um pouco. Pegue sua família e vá!”
– Sylvana Correventos /Sylvanas Windrunner

Segunda música mais linda do WoW 

A Morte de Sylvannas Correventos

Arthas e seu exército descomunal do Flagelo [Scourge] entraram nas terras élficas e como um trator, esmagavam tudo o que aparecia em sua frente. Para cada elfo que caía, o Flagelo ganhava um novo guerreiro. A General elfa tentou uma ultima investida…. Por Quel’thalas.

Inútil. Ela sabia disso. Estava cansada e o fedor dos mortos já enchia suas narinas, ela não desistiria, mas foi quando tudo parou. Sylvana observou que os mortos abriam espaço e de repente, Sylvana ficou muito feliz de que Alleria não estava ali para presenciar suas terras e suas crenças sendo destruídas por um ex-campeão da Luz.

Arthas levantou sua espada rúnica, como um gesto formal e a saudou pela sua bravura, mas a perseguição havia terminado. Ela queria uma morte rápida e limpa. Ah, não, não de pois de tudo o que ela havia feito ele passar, a última coisa que ele daria pra ela é um descanso eterno. Ele sabia exatamente o que faria. Quando sua alma foi torturada, e convertida em mais um lacaio do Lich Rei, Arthas deu a ela a habilidade de externar sua dor através da voz – mais do que os demais tinham – e a cada palavra de resistência, ele a fazia sofrer uma dor agonizante. Os patrulheiros de Sylvana também serviriam para os propósitos de Arthas. E ele chegaria até a Nascente do Sol como o esperado.

 Pela minha glória, você servirá, Sylvana. Pelos mortos, você trabalhará. Por obediência, você terá fome. Arthas é o primeiro e mais amado de meus cavaleiros da morte; ele a comandará para sempre, e você vai gostar.”
– Lich Rei (Nerz’hul), sussurra diretamente na consciência de Sylvana.

Dalaran

O plano é evocar Archimonde que é a quem o Lich  Rei serve e para isso, Arthas precisa ir até Dalaran e pegar um livro (o grimório de Medivv) com encantamentos poderosos o suficiente para trazer um senhor da Legião Ardente para este mundo. Eles tem apenas 3 dias para recuperar o livro e começar a evocar Archimonde ao por do sol.

Arthas assassina Antônidas

Arthas recupera o Grimório de Medivh, ainda com a presença do sangue de Antônidas.

Archimonde é evocado e ele dispensa o Lich Rei. Neste momento, Arthas pensa:

Se o Lich Rei não tem mais utilidade pra eles, o que eu sou? Como eu fico? Tá tirando uma da minha cara que vão me descartar depois de tudo o que EU fiz, né? Não pode ser tudo em vão, não VAI ser tudo em vão.

A terra tremeu, e Archimonde colocou Dalaran no chão. – E isso era muito mais do que ele jamais presenciou, era ainda pior do que ver Luaprata cair. Ver um bastião da humanidade cair com tanta facilidade… era vergonhoso depois de tanto trabalho que tivera com os elfos. Arthas coçou o queixo, havia muito no que se pensar.

Archimonde e a Queda de Dalaran. Final dos Mortos-Vivos (Warcraft III: Reign of Chaos)

Illidan Tempesfúria

O plano de Archimonde era tomar para si toda a magia e devorar toda a vida do mundo, e para isso eles precisavam concentrar energias corrompidas na Nascente da Eternidade dos elfos, do outro lado do oceano, em Kalimdor. Para chegar lá, eles precisam destruir aquilo que contém a mais pura e verdadeira essência da vida em Azeroth. Essa coisa é Nordrassil, a Árvore do Mundo. Nordrassil era o que garantia aos Kaldorei sua imortalidade, eles estavam ligados diretamente a árvore.

Illidan Tempesfúria [Stormrage] parecia irritado, e chegou reclamando de como seu irmão lhe tratara depois de passar 10 mil anos encarcerado. Esbravejava que lhe mostaria o poder de verdade, que os demônios não mandavam nele. Arthas viu ali uma oportunidade de manipular o elfo para seus propósitos, e começou a provocar o caçador de demônios. Incomodado, Illidan retruca sobre o cheiro de morte de Arthas e diz que ele se arrependerá de ter ido a seu encontro.

Arthas sorriu, dizendo que talvez eles tivessem forças equivalentes. O cavaleiro da morte galopou com Invencível pela ladeira, indo de encontro a Illidan. De fato, a luta era equilibrada, e como uma dança, ambos destilavam seus golpes até que perceberam a equivalência de suas habilidades.

“O que você quer?”, Illidan finalmente perguntou. Era o momento que Arthas estava esperando. O príncipe caído de Lordaeron contou sobre o exército de Tichondrius e um artefato chamado Crânio de Gul’dan que o Dreadlord controlava, responsável pela corrupção das florestas a volta deles. Eles conversaram sobre Tichondrius, sobre poder, e finalmente Illidan concordou em roubar o artefato. Quando o caçador de demônios foi embora, Arthas esperou Kel’thuzad leva-los de volta para suas terras, enquanto imaginava se Illidan era tão obediente quanto parecia, e era melhor que fosse. Não queria complicações.

Tichondrius – Dreadlord

Arthas não tinha conseguido espaço para matar Tichondrius, então conseguiu convencer Illidan a fazê-lo, usando sua fome por poder contra ele. Quando Arthas voltou para Lordaeron, encontrou um trio de Dreadlords – Balnazzar, Detheroc e Varimathras desinformados, crentes que seu mestre Archimonde estava vivo e obtendo sucesso em sua missão em Kalimdor. Ele os saudou e disse que não precisaria mais de seus serviços. A legião caiu.

A Queda de Archimonde

A queda de Archimonde perante Nordrassil: Final dos Elfos noturnos (WarCraft 3: Reign of Chaos)

Arthas começa a ficar fraco e a voz o manda voltar para Nortúndria e procurar a Coroa de Gelo (Citadela da Coroa de Gelo)

Arthas Reencontra Illidan

Illidan agora possui o Crânio de Gul’dan e serve aos Kil’jaeden. Arthas tem o objetivo de proteger o Trono de Gelo e Illidan precisava destruí-lo. Ambos eram fortes e com objetivos conflitantes.

Arthas observou Illidan no chão. Seu tórax respirando com dificuldade, o cavaleiro da morte deveria dar o golpe de misericórdia, mas não… que o frio faça o trabalho, ele agonizaria até a morte. Arthas suspirou e entrou na caverna, era como se estivesse sendo levado por uma força, meio atordoado, andando pelos túneis que o levavam para câmaras profundas. Quando saiu, avistou a prisào do Rei Lich, uma torre de gelo, em espiral, com escadas estreitas que o levariam ao topo. Seu corpo estava cansado, pesado, mas o poder prometido a ele estava ali, ele reuniu suas forças e pisou na escada.

O lich  Rei

Ele escalou, seus olhos sempre voltados ao topo. Um pedaço grande de gelo azul ali, a névoa dificuldando ver o que havia dentro, mas ele sabia. Gélido Lamento brilhando em sua mão.

DEVOLVA A LÂMINA. COMPLETE O CICLO. LIBERTE-ME DESTA PRISÃO!

Arthas levantou a espada, tomou um passo a frente. Tudo o que fizera o direcionara para este momento, com um berro e com toda sua força, Arthas atingiu o gelo, que se partiu, libertanto a armadura vazia dentro de si. O elmo caiu no chão e rolou até o pé de Arthas.

Agora… nós somos um.

A mando do Lich Rei, as capitais de Azeroth começaram a receber grãos infectados com a praga. Uma ironia de Arthas talvez, atacar como ele mesmo havia sido atacado anos antes. Conforme as pessoas comiam dos grãos infectados, elas se tornavam mortos vivos se não tratados pela Aurora Argêntea [Argent Dawn]. Os jogadores puderam vivenciar esse evento no jogo, que deu a oportunidade deles virarem Ghouls a serviço de Arthas. Foi um dos eventos mais divertidos do WoW, na minha humilde opinião.

Evento pré-patch da Expansão Wrath of the Lich King: A invasão do Flagelo

Necrópoles (como Naxxramas, só que menores) surgiram em diversos pontos em Azeroth, começando uma segunda guerra do Flagelo. Aventureiros da Aliança e da Horda precisaram se unir para derrotar a doença e os exércitos, depois Abominações, Serpes Gélidas [Frostwyrm] e outros soldados mais poderosos do Lich Rei começaram a invadir as cidades. Esses eventos também foram tratados nos quadrinhos.


Por conta dos eventos ocorridos, Horda e Aliança se uniram na investida a Nortúndria para derrotar Arthas de uma vez por todas. Foi aí que foram criadas as facções do Wrath, Expedição da Horda e Vanguarda da Aliança. Mas a ideia de Arthas era justamente essa, que seus inimigos viessem a Nortúndria para que eles sofressem uma jornada parecida com a sua, que os bravos guerreiros de Azeroth fossem corrompidos ou mortos, sendo trazidos de volta como parte de seu incansável exército.

A Ira do Lich  Rei

Cinematica da expansão dedicada ao Lich Rei em  World of Warcraft

Cinco anos depois que Arthas sentou no Trono Congelado, ele acordou. Quando abriu seus olhos, Arthas foi até a cova de Sindragosa. Ele levantou a primeira consorte de Malygos de sua tumba e também reuniu um grande exército de mortos vivos a seu serviço. Entre eles estavam uma nova ordem de Cavaleiros da Morte, liderados por Darion Mograine, numa fortaleza nas Terras Pestilentas. O intuito era conquistar e remover toda presença que se opusesse ao Flagelo ali.

O Portão da Ira

A Aliança e a Horda finalmente começaram uma ofensiva nos portões de Angrathar. Angrathar é a entrada da Citadela da Coroa de Gelo ao Nordeste de Repouso das Serpes [Dragonblight]. As duas facções rivais se uniram para fazer cerco ao portão. A frente da Vanguarda da Aliança estava Bolvar Fordragon, e a frente da Expedição da Horda estava Dranosh Saurfang. O confronto (e as palavras de Bolvar) foram o suficiente para trazer Arthas para fora de sua fortaleza.

Dranosh foi o primeiro a investir, apenas para cair diante dos pés de Arthas, e ter sua alma consumida por Gélido Lamento [Frostmourne]. Foi quando os Renegados atacaram.

Usando a praga desenvolvida por Sylvana ao longo dos anos, o grande apotecário Putress atacou as tropas dos vivos e dos mortos. Arthas, olhando lá de baixo, enquanto os galões de praga eram lançados contra ele, sussurrou “Sylvana”, sabendo do envolvimento da Rainha Banshee com o ocorrido. Recolheu sua capa e voltou sozinho para a Fortaleza. Foi quando os Dragões Vermelhos vieram e purificaram o lugar.

Esse evento levava a uma missão conhecida, mas retirada do jogo, chamada Batalha por Cidade Baixa [Battle for Undercity].

A Queda

No vídeo abaixo vocês poderão conferir os personagens que poderemos encontrar na nova expansão de Hearthstone: Cavaleiros do Trono de Gelo.

Arthas também fez uma breve aparição no Torneio Argênteo (Também uma expansão de Hearthstone, O Grande Torneio) de Tirion, quando abriu um buraco no chão para que os jogadores enfrentassem um novo e mais poderoso Anub’Arak. Depois do torneio, Tirion levaria seus campeões para as portas da Citadela de Gelo e começaria um cerco. Enquanto Tirion está gritando em seus portões, Arthas se aproxima do pedestal de Gélido Lamento, os espíritos de dentro da espada conversam com ele, em especial seu pai. Ele o alerta. Ele cairá, por todos os horrores que ele criou e todo o sofrimento que ele causou.

E então começa a investida a Citadela. Primeiro os jogadores devem enfrentar o exército de Arthas nos Corredores Congelados [Frozen Halls], auxiliados por Jaina, na Aliança, ou Sylvanas, na Horda. Cada qual com sua história pessoal que as levaram até ali.

Lich Rei x Jaina

Jaina era uma fraqueza, a melhor forma de lidar com ela era eliminando-a. No caso de Sylvana, ela era uma irritação, também deveria ser eliminada. Felizmente pra ambas, ele falhou.

Arthas aparece efetivamente nos Salões da Reflexão [Halls of Reflection]. Ali seria o lugar onde ele guardaria a sua espada, as câmaras são guardadas por fantasmas de seus subordinados em Lordaeron, e dois de seus capitães em vida, Falric e Marwyn. Falric era o guarda que avisou o pequeno Arthas da chegada da caravana de Varian, sobrevivente da primeira guerra, a Cidade Capital, muitos anos atrás, ele era um dos servos mais leais de Arthas. Jaina/Sylvana persegue-o até outra câmara, um salão distorcido do que era o salão do trono em Lordaeron. Constantemente Arthas é uma caricatura de si mesmo, mesmo se tornando o Lich Rei, ele mantém muitos dos traços e das lembranças que tinha como paladino, de forma distorcida.

Arthas é paralizado tempo o suficiente para o grupo sair por fora, afim de escapar dali. Ele ergue paredes de gelo, que são derrubadas pela guia do grupo. No final do trajeto, ele consegue dar uma de sith usar de sua energia para estrangular Jaina/Sylvana. Mas a cavalaria chega e usa os canhões para derrubar a estrutura de pedra em cima de Arthas, cortando a ligação dele com a vítima.

Citadela da Coroa de Gelo

Os heróis de Azeroth tinham informações e força o suficiente para invadir a Citadela de Arthas. E um a um seus servos caíram. Vamos conhecer um pouco de cada um dos embates antes de chegar na queda do Lich Rei:

  • Lorde Medulante [Lord Marrowgar]: Feito pelo Lich Rei de ossos de milhares de aventureiros mortos, é guardião da espiral de gelo [Frozen Spire].
  • Lady Sibilamorte [Deathwhisper]: Esta falante criatura é a substituta de Kel’thuzad na Seita dos Malditos.
  • Carrasco [Deathbringer] Saurfang: Antigo líder da ofensiva Kor’kron nos portões da Ira, caiu em batalha e foi revivido como servo do Lich Rei. Após sua derrota, seu pai leva seu corpo para casa para ter um enterro digno.
  • Professor Putricida [Putricide]: É o gênio do flagelo, por trás do desenvolvimento de todas as pragas, gosmas, tudo de ruim que pode ser espalhado por aí e prejudicar os demais. Ele criou as duas  monstruosidades nas salas ao lado.
  • Os 3 príncipes Keleseth, Taldaram, e Valanar: Já enfrentamos os três separadamente pelas masmoras de Nortúndria. Revividos, eles formam o conselho dos San’layn. E são as 3 lendárias neutras da nova expansão.
  • Rainha de Sangue [Blood Queen] Lana’thel: Antiga Condensa, e agora a Rainha de Sangue dos San’layn – uma espécie de elfo vampiro, Lana’thel era uma das elfas sangrentas que seguiu Kael’thas até Nortúndria, perseguindo Arthas depois que ele defilou a Nascente do Sol. Ela foi a pessoa que trouxe a famosa lâmina Quel’Delar. Quando morta pelo Lich Rei, ela foi revivida como uma San’layn.
  • Valithria Andassonho [Dreamwalker]: É uma dragonesa da revoada de Ysera, capturada e torturada pelo Flagelo com o intuito de reproduzir o efeito do Pesadelo Esmeralda. (em termos de gameplay, ela envia os jogadores pro Sonho Esmeralda no modo normal, e pro Pesadelo no modo heróico)
  • Sindragosa: Temida e admirada, Sindragosa foi a última consorte de Malygos antes que ele sucumbisse a loucura. Quando Neltharion (futuro Asa da Morte/Deathwing) traiu as revoadas e dizimou os azuis, Sindragosa e Malygos foram separados, e ela acabou se vendo sozinha num norte muito distante e congelado. Ela morreu com pensamentos de ódio, raiva, remorso e vingança. Definitivamente alguém com quem você não gostaria de brincar. Até hoje ela dá trabalho para grupos de aventureiros desavisados de sua habilidade Tumba de Gelo.

Seguindo a queda de Sindragosa, Arthas o aguarda no Trono Congelado, onde ele mantém Bolvar aprisionado. Nem vivo, nem morto, Bolvar foi salvo pelas chamas dos Dragões Vermelhos e é torturado por Arthas afim de colocá-lo em sua linha de frente contra os campeões de Azeroth. Tirion assiste os heróis na luta contra Arthas, mas antes que pudesse iniciar o conflito, ele é congelado, deixando o grupo de heróis para lidar com o Lich Rei sozinhos. Ao final da luta, graças à Crematória, Tirion se liberta e investe contra Arthas, quebrando a lâmina de Gélido Lamento, e liberando as almas que ali estavam presas.

E então o momento de sua queda havia chegado. Reinou por pouco tempo, mas marcou seu lugar na história de Azeroth, uma vez um príncipe amado por todos, agora um rei odiado por todos. Pensando em toda sua trajetória pela história, Arthas seguiu suas paixões acima de tudo. A paixão por si mesmo. Seus votos, seus medos, sua insegurança, acabaram levando-o até onde ele estava agora. Ao cair no chão, a luz azul e gelada sobre seus olhos se dissipa lentamente.

Mais alguns exemplos das referências (Não coloquei todos pois já está levando tempo demais reunir tudo)

Os heróis caídos do Warcraft

Cada Cavaleiro da Morte foi uma vez um herói poderoso de Azeroth – mas depois que o Lich Rei revive um herói da morte, ele ganha uma inimaginável força além do túmulo. Em Cavaleiros do  Trono de Gelo, cada um dos nove heróis de Heartstone ganhou a força sombria do Lich Rei para servi-lo como uma carta do legendário herói Cavaleiro da Morte! Apesar de sua transformação, eles não caíram completamente sob o domínio do Lich Rei, então caberá a você decidir como manejar as habilidades impressionantes ao comando deles.

No Mundo do Warcraft, cavaleiros da morte são divididos em três classes de especializações: Blood (sangue), Frost (Gelo) e Unholy (Peste). Cavaleiros da Morte de sangue manipulam e corrompem a energia da vida para sustentar-se nos campos de batalha, usando o sangue e ossos da vida para fortificar suas próprias defesas, enquanto Cavaleiros da Morte de Gelo manejam lâminas duplas e combinam proezas marciais com frio sobrenatural para devastar seus oponentes. Finalmente, Cavaleiros da Morte Profano espalham pragas e doenças e levantam exércitos de horrendos mortos-vivos para cumprir suas obrigações.

Dave Kosak comenta:”Nós gostamos da mistura com o Hearthstone, queremos sempre que tenha algumas coisas engraçadas, coisas encantadoras e um pouco de certeza que você está sempre surpreso com cada expansão. O Lich King é uma das figuras mais emblemáticas e trágicas da história da Warcraft, e a equipe do Hearthstone sabia que eles queriam explorar a história dele e seus servos do Flagelo, mas visitando temas tão sombrios enquanto preservava o coração alegre, amigável e caprichoso do jogo. No início, no desenvolvimento, isso levou à ideia de “matar todos” e transformá-los em cavaleiros da morte, um conceito que os desenvolvedores começaram a repetir no início e que ficaram presos ao longo do processo de desenvolvimento. Matt Place foi o líder do Designer inicial para o set enquanto Mike Donais era o principal designer final. O Artista Conceitual Sênior , Jomaro Kindred, criou projetos iniciais para as versões do Cavaleiro da Morte para cada um dos heróis e trabalhou com o design do jogo para descobrir como o “lado sombrio” desses personagens icônicos se pareceria. Kindred trabalhou com Ben Brode e Ben Thompson em um processo altamente colaborativo, cuja primeira passagem consistiu em ter uma ideia do que poderiam ser os cavaleiros da morte. Algo que veio da equipe de arte foi a ideia de incorporar as três presenças dos cavaleiros da morte: O sangue, a peste e o gelo, e os nove heróis do cavaleiro da morte caem nessas categorias até certo ponto. Como esperado, a equipe tentou várias coisas diferentes para expressar como os heróis de Warcraft se tornaram cavaleiros da morte. Uma das ideias incluíam embaralhar cartas diferentes no deck do jogador, mas, finalmente, a equipe chegou à ideia de ter as cartas de cavaleiro da morte mudando o poder do herói do jogador e mandá-los entrar no quadro com uma entrada dramática. Uma vez que a equipe havia criado alguns heróis com esse objetivo, eles resolveram fazê-lo para todos os cavaleiros da morte e adotaram o conceito. O artista FX Hadidjah Chamberlin foi responsável por criar os efeitos de entrada para todos as cartas heróicas.

O lich Rei e seus súditos

Então é isso pessoal! Eu recolhi as informações de vocês e a maioria pediu por um artigo completo. Eu tenho consciência de que para alguns, textos longos são cansativos, mas é difícil querer conhecer toda a história sem querer gastar um tempinho lendo (já que ouvir fica difícil haha). E eu gostaria do feedback de vocês! É muito importante para poder avaliar uma possível continuidade!

Um grande beijo e até a próxima!

Agradecimentos especiais à Lianne, quem nos proporcionou essa história maravilhosa, com uma ótima narrativa. E ao Rafael pela ajuda com traduções!

Imagem de destaque: Comic Vine – GameSpot

Fontes: WoWGirl – hearthstone.gamepedia.com