Bom dia queridos leitores! Hoje eu trago pra vocês um texto MUITO interessante escrito e postado pelo hoej_hs no reddit, o assunto é sobre o Modo Consquista, que tanto vemos em vários campeonatos, inclusive no mundial.
O Modo Conquista tem sido um grande sucesso desde que foi introduzido ao Hearthstone no final de 2014. Ele tem sido usado em vários campeonatos, inclusive no Campeonato Mundial de Hearthstone, ESL e etc. O propósito da discussão sobre esse formato é o de ajudar jogadores novatos e futuros jogadores que gostariam de entrar no competitivo e disputar campeonatos e torneios que utilizam deste formato. Além disso, seria interessante se esse texto desse aos jogadores experientes uma nova perspectiva sobre o modo conquista. Os argumentos utilizados pelo hoej hs foram baseados na experiência dele dentro do jogo e após se qualificar em alguns campeonatos.
Antes de continuar a discussão, vamos entender melhor sobre a definição do Modo Conquista.
- O jogador deve vencer um jogo com cada deck
- Quando um jogador vence uma partida, o deck usado pelo jogador vencedor não pode ser usado pelo resto da partida
- O jogador que perdeu pode manter o mesmo deck usado ou trocar para um diferente à sua escolha (Desde que esteja entre os decks “escolhidos” para competir)
O Modo Conquista possui, claro, como outros formatos de torneio, configurações variáveis que diferem no que diz respeito à norma. Nesse aspecto, poderíamos mencionar os torneios StriveWire nos quais você precisa preparar três decks – e apesar disso – você só precisa ganhar com dois deles. Mas esse texto será focado apenas no Modo Conquista “puro e cru”, sem variações das regras.
O formato que era popular antes do Modo Conquista era “Last Hero Standing”, onde o(a) vencedor(a) mantinha seu deck após a vitória. Isso significava que era hipoteticamente possível vencer um torneio com um único deck. Este não é mais o caso com o Modo Conquista, devido ao fato de que você precisa vencer com todos os seus decks.
Se durante a formação da sua line, você escolhe um deck fraco que contém vários outros decks que o counteram, o seu winrate neste campeonato pode ir ladeira abaixo.
Como jogar e agir no Modo Conquista
Vamos assumir que as classes seguintes foram as escolhidas e que estamos olhando para a situação do ponto de vista do Jogador 1:
- Jogador 1: Mago Congelante, Druida e Paladino.
- Jogador 2: Xamã, Druida e Guerreiro (Jogador 1 presume que é um Guerreiro Controle padrão)
Jogador 1 agora sabe quais classes seu oponente está utilizando. Em relação a isso, é essencial para o Jogador 1 ter em mente como suas classes lidam contra as classes de seu oponente – e mais ainda, para identificar seu próprio elo mais fraco no contexto em que se encontra. Para fazer isso, o Jogador 1 precisa imaginar todas as possíveis matchups (as winrates seguintes são subjetivas e baseadas na experiência de jogo):
- O Mago Congelante do Jogador 1 terá 5% de Winrate contra Guerreiro, 25% contra Druida e 70% contra Xamã.
- O Druida do Jogador 1 terá 60% de Winrate contra Guerreiro, 50% contra Druida e 40% contra Xamã.
- O Paladino do Jogador 1 terá 60% de Winrate contra Guerreiro, 45% contra Druida e 55% contra Xamã.
*Winrate = Chance de Vitória
Agora a questão é: Com qual deck o Jogador 1 deveria abrir o jogo para ter um maior Winrate?
Muitos jogadores inexperientes teriam medo de abrir os jogos com Mago Congelante, devido ao fato do oponente possuir um Guerreiro e um Druid, que são bad matchups para Mago Congelante, portanto, o Jogador 1 poderia escolher o caminho “seguro” e abrir com o Druid que possui um winrate mediano contra os demais decks do oponente. Aos poucos se torna imperativo determinar qual o seu deck mais fraco na sua line. Nos exemplos citados, o Mago Congelante é o elo mais fraco do conjunto, sendo favorável apenas contra o xamã.
Tendo analisado essas circunstâncias, a melhor escolha que o Jogador 1 poderia fazer seria abrir o jogo com o Mago Congelante e mantê-lo até que ele consiga vencer um dos decks do Jogador 2.
O pior que poderia acontecer, seria o Jogador 2 abrir o jogo com Guerreiro(5%) e em seguida com Druid (25%), o que “poderia” resultar em 2 derrotas para o Jogador 1, o que o forçaria a ter que ganhar com seus 3 decks contra o Xamã do Jogador 2.
A probabilidade disso acontecer é:
0,7 x 0,4 x 0,55 = 0,154 ≈ 15%
Isto pode parecer terrível, mas mesmo assim, é garantido que as chances de vitória do Jogador 1 seriam ainda piores se ele abrisse com Druida e perdesse contra Xamã na primeira partida. Nesse caso o Jogador 2 não precisaria mais jogar com Xamã o que resultaria no fato de que é quase impossível para o Mago Congelante do Jogador 1 vencer. A probabilidade do Mago Congelante vencer contra Guerreiro ou Druida é:
0,25 + (0,75 x 0,05) 0,2875 ≈ 28,75%
Portanto o Jogador 1 só tem 28,75% de chance de vitória com seu Mago Congelante sozinho, porque ele ainda precisa vencer com seu Druida e Paladino, o que resultaria em suas chances de vitória indo para menos que 10%.
A conclusão e regra de ouro é:
Sempre abra a partida com a classe que é a mais fraca à sua disposição – a menos que você possua algum tipo de informação pessoal sobre seu oponente. Por exemplo, se você conhece o seu oponente e sabe quais escolhas ele costuma fazer na hora de montar sua line, você poderia determinar qual seria o melhor deck para abrir e assim “counterá-lo”.
OS JOGOS MENTAIS SÃO REAIS – KAPPA!!!
Nessa situação o Jogador 1 precisa vencer com seus decks restantes contra um único deck final do Jogador 2. Daí você deve pensar que não importa qual deck você escolha, já que da mesma forma, você poderia vencer o jogo se começar com a sua classe mais forte. Para isso, você precisa seguir para o que eu defino como “método Observador”. Sua classe mais forte então tem a oportunidade de ganhar informações de grande valor para as suas classes mais fracas – por exemplo, se o Jogador 2 está usando cartas como Harrison Jones, O Cavaleiro Negro, Mística de Kezan, etc.
É meio complicado de entender todas as porcentagens e as winrates de deck ‘x’ contra deck ‘y’ se essa foi a primeira vez que você leu a respeito. Mas eu garanto que tudo isso se torna mais simples de entender ao ser colocado em prática, mas sendo assim, listarei abaixo passo a passo para ajudá-los nisso.
- Escreva suas classes e as do seu oponente num papel – analise toda a situação
- Monte as 9 potenciais match-ups e escreva suas chances-de-vitória (por sua experiência própria)
- Destaque seu elo mais fraco no referido contexto – tome seu tempo. Você pode pedir a seu oponente por um pouco de tempo extra
- Pegue seu elo mais fraco e deixe que os jogos comecem
- Tome nota do que o seu oponente tem no deck dele
- Se você ficar para trás (1-2 ou 0-2) mude sua tática para o “método Observador”.
Só para esclarecer – esse não é o único meio de jogar o Modo Conquista. Existem muitas táticas diferentes por aí; no entanto, essa tem sido a melhor abordagem do Hoej em campeonatos até agora. É claro que é possível desenvolver todo o processo e torná-lo o mais flexível e ajustável possível para diferentes situações. Ele apenas quis colocar as ideias dele no papel e compartilhar com a gente o que tem funcionado bem com ele e que com certeza tem sido a dúvida de muitos jogadores que estão dando os primeiros passos dentro do competitivo.
Ah! Quem tiver dúvidas sobre os algorítimos, acompanhe os comentários no post original, alguns leitores e o escritor falaram bastante sobre como os cálculos foram feitos e os efeitos dos jogos mentais na matemática 😀
Então é isso pessoal! Analisar os decks do oponente e escolher da melhor forma como enfrentá-los é algo que requer estudo e principalmente prática, é na tentativa e erro que cada um consegue identificar onde está o problema e a dúvida.
Espero que algumas dúvidas tenham sido sanadas e espero vocês no próximo post.
Se tiverem alguma dúvida, sugestão ou reclamação, deixem nos comentários! O feedback de vocês é muito valioso para nós!
Beijinhos e até mais o//